O que é?
Uma coisa chata que acontece com as pessoas: de repente apaga tudo e depois elas não lembram o que aconteceu. Nessa hora, algumas caem no chão e tremem, podem babar ou ficar com a boca um pouco roxa; outras esticam os braços e as pernas, ou então ficam paradas olhando para algum lugar e não respondem a ninguém que chamar.
Por que?
Algumas crianças nascem com isso, está no DNA delas, acontece enquanto o cérebro está se formando ainda na barriga da mamãe.
O nosso cérebro funciona com impulsos elétricos, como se estivesse ligado na tomada. Para a gente se mexer e fazer qualquer coisa, por exemplo, levantar o braço, precisa que impulsos elétricos passem de um neurônio para o outro e dos neurônios para o músculo que a gente quer mexer.
Nas pessoas que têm epilepsia, é como se de vez em quando faltasse luz e desse um curto-circuito no cérebro. Aí os neurônios mandam impulsos elétricos desorganizados e os músculos contraem fazendo a pessoa se mexer sem querer, e desmaiar, ela não está acordada (por isso não se lembra depois). A pessoa pode ainda não mexer nada e ficar só parada olhando para algum lugar, sem responder, porque na verdade não está acordada.
Às vezes esse curto circuito, chamado convulsão (ou crise), pode ser mais leve e não fazer a pessoa desmaiar. Então ela mexe só um braço ou só um lado do corpo e fica acordada. Então lembra depois.
Ninguém tem culpa disso e ninguém sabe com quem vai acontecer. Pode acontecer com qualquer pessoa.
O que a gente faz?
Quem tem epilepsia precisa ir no médico neurologista (se for criança, no neuropediatra) para ele passar um remédio que evita esses curtos-circuitos. Tem um exame chamado eletroencefalograma, onde colocam adesivos na cabeça ligados por fios num aparelho. Esses fios conseguem medir os impulsos elétricos do cérebro e dizem se pode ter um curto circuito ou não. O médico costuma pedir esse exame, pois ajuda na escolha do remédio que ele vai passar. Não dói nada e a gente só precisa ficar com a cabeça paradinha. O médico pode até pedir para a gente dormir durante o exame.
Se você não tem epilepsia mas conhece alguém que tem, ou de repente vê alguém tendo convulsão, a primeira coisa a fazer é chamar um adulto para ajudar. Não precisa ficar nervoso, porque vai passar e a pessoa vai acordar depois, por mais que assuste ver alguém tendo convulsão. A gente tem que tentar proteger a cabeça se a pessoa estiver batendo com a cabeça no chão ou em algum lugar – colocar a mão ou um travesseiro baixinho. E deixar a pessoa virada de lado se ela estiver caída. Assim, se babar muito ou vomitar, ela não vai engasgar. Nunca colocar a mão na boca da pessoa, nem colher, nem dar água. Nunca tentar segurar a língua da pessoa. Ao contrário do que as pessoas acreditam, isso não ajuda, pode machucar muito e a língua não vai enrolar sufocando a pessoa. A língua é um músculo que se contrai como os outros, e depois volta ao normal.